4 de fevereiro de 2011

Mesmo com pressão de sindicalistas, mínimo será de R$ 545!

Cândido Vaccarezza (PT-SP) disse que governo não vai abrir mão do valor. Centrais sindicais defendem reajuste do mínimo de até R$ 580

   Líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), afirmou nesta quinta-feira (3) que a base governista vai aprovar o novo salário mínimo de R$ 545, independentemente das pressões que as centrais sindicais possam fazer no Congresso por um reajuste de até R$ 580.
   "O reajuste desse ano será de R$ 545. Não existe nenhuma discussão do governo de abrir exceção nessa discussão [sobre o percentual de aumento]", afirmou Vaccarezza.
   Sobre a possibilidade de as centrais sindicais lotarem o Congresso com manifestantes para pressionar os parlamentares, Vaccarezza disse que a discussão do reajuste do mínimo "não pode ser emocional".
   "Todo movimento de massa feito dentro da lei e das regras é legítimo, é um direito que eles [centrais] têm. Mas nós vamos debater a política. A discussão do salário mínimo não pode ser emocional ou uma discussão que deixe de lado os parâmetros técnicos", argumentou o petista.
   A política atual de reajuste do mínimo prevê a concessão de aumento com base na variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos anteriores mais a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). No entanto, para o reajuste específico de 2011 não há acordo com as centrais sindicais, já que a economia brasileira, em 2009, não cresceu, abalada pela crise econômica mundial.
   Vaccarezza conversou com os jornalistas no gabinete da liderança do governo. Ele defendeu a manutenção da forma de cálculo do mínimo. "É muito melhor manter a fórmula do que voltar à sistemática anterior de discutir o valor do mínimo a cada ano, porque a corda sempre arrebenta do lado mais fraco."
   Apesar de reconhecer o desgaste do governo com o debate do mínimo neste ano, Vaccarezza afirmou que o reajuste para 2012 "será superior a 11%". "Já podemos dizer que, em 2012, vai ter um aumento robusto do salário mínimo, superior a 11% e podendo chegar até a 14%", disse.
   Nesta quinta, a presidente Dilma Rousseff participou da abertura dos trabalhos do Legislativo e anunciou, durante a leitura da mensagem do Executivo ao Congresso Nacional, que irá apresentar ao Legislativo uma proposta de "longo prazo" para reajustes do salário mínimo, de forma a garantir aumentos reais a cada ano.
   Nos próximos dias, o governo deve enviar ao Legislativo a medida provisória prevendo o valor de R$ 545 para o mínimo. Ainda em seu discurso, Dilma afirmou que o mínimo terá "ganhos reais sobre a inflação", que "serão compatíveis com a capacidade financeira do Estado brasileiro".
   Vaccarezza afirmou ainda que já obteve do líder do PMDB, deputado Henrique Eduardo Alves (RN), o compromisso de que a bancada peemedebista não irá questionar o valor proposto pelo governo para o aumento do mínimo.
   Nesta quarta, no entanto, o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), afirmou que o reajuste terá de ser discutido no Congresso de modo a recuperar o poder de compra. "O salário mínimo precisa ser discutido. A recuperação do seu poder de compra foi fundamental na retomada do crescimento. É importante que a gente aprofunde esse debate. Nós temos uma regra, precisamos mantê-la? Ou não vamos mantê-la? Qual é a solução emergencial para esse ano? Porque a solução para o próximo ano nós já temos, no rumo da recuperação."
   Para Calheiros, o Congresso precisa encontrar uma saída para o reajuste do mínimo neste ano, já que, para 2012, será possível calcular o aumento a partir dos resultados do PIB de 2010 e 2011. "Mas temos que discutir com o pé no chão, discutir isso, mas discutir mesmo", avaliou o peemedebista.

Vinicius Alcantara

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